Estrutura Curricular
O Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional, Ambiente e Políticas Públicas foi estruturado de modo a ofertar disciplinas semestrais, com carga horária máxima de 60 horas, equivalendo, cada uma, a quatro créditos. No primeiro semestre, do primeiro ano, o aluno regularmente matriculado deverá cursar, no mínimo, três disciplinas obrigatórias e uma disciplina optativa; no segundo semestre, do primeiro ano, deverá cursar duas disciplinas obrigatórias e uma optativa. A partir do terceiro semestre deverá se inscrever nos Seminários de Dissertação (Orientação), o que deverá se repetir no quarto semestre. Até o décimo quinto mês do curso, o aluno deverá qualificar o projeto de dissertação. No segundo ano, deverá se inscrever, também, nos Seminários de Pesquisa I e II (ou atividades programadas) e, ao final dos 24 meses, deverá defender uma dissertação. Segundo a norma da UFF, a carga horária mínima total do curso é de 720 horas, cursadas em 4 semestres (2 anos), totalizando 48 créditos
Disciplinas | Quantidade | Crédito/ Disciplinas |
Carga horário/ Disciplinas |
Total/ Créditos |
Total CH |
---|---|---|---|---|---|
Obrigatórias | 5 | 4 | 60 h | 20 | 300 h |
Optativas | 2 | 4 | 60 h | 8 | 120 h |
Seminário de Dissertação | 2 | 4 | 60 h | 8 | 120 h |
Seminário de Pesquisa | 2 | 4 | 60 h | 8 | 120 h |
Elaboração de Dissertação | 1 | 4 | 60 h | 4 | 60 h |
Total | 48 | 720 h |
Disciplinas Obrigatórias
Sociedade, Ambiente e Território
Instrumentos de análise e vias interpretativas das relações entre sociedade, ambiente e território, identificando os limites teóricos, metodológicos e epistemológicos introduzidos no âmbito científico pela questão ambiental. Contribuições clássicas das ciências sociais e da geografia bem como da produção contemporânea, ressaltando o caráter indissociável entre relações sociais, espaciais e ambientais.
Desenvolvimento e Desigualdades Regionais
O desenvolvimento do capitalismo e o fenômeno regional: economia, sociedade, política e meio ambiente. Os diferentes sentidos atribuídos ao desenvolvimento: da concepção clássica, ecodesenvolvimento e o desenvolvimento como justiça social. A relação entre desenvolvimento e espaço, região e território. O Estado e as políticas territoriais; a formação desigual do território brasileiro. A problemática dos espaços sub-regionais não dinâmicos. Desenvolvimento e desigualdades sociais. Políticas públicas de desenvolvimento regional.
Planejamento, Políticas Públicas, Cidades e Regiões
Atualidade do planejamento como intervenção do Estado. Gênese do Planejamento de Políticas Públicas, cidades e regiões em diferentes escalas geográficas, considerando suas concepções e experiências modulares. Apresenta a formação e dinâmica no campo do Planejamento e a relação com desenvolvimento e cidadania. Experiências concretas de Planejamento no Brasil e na América Latina. Agências e Agentes do Planejamento. Instrumentos legais de planejamento. Políticas Públicas e Fronteiras.
Estado e Políticas Públicas
Estado na teoria política clássica. A crítica marxista ao Estado como representação universal; Estado e classes no capitalismo; O Estado e representação de interesses; pluralismo, elitismo e o neoinstitucionalismo. Estado, política pública e ação coletiva. A questão ambiental como problemática transversal à discussão contemporânea. As particularidades do Estado e a política no Brasil.
Metodologia da Pesquisa
Tratar os desafios específicos da produção de conhecimento no campo dos estudos do planejamento urbano e regional. Buscar relacionar processos de pesquisa com o campo do planejamento. Serão consideradas questões relativas ao trabalho interdisciplinar e às exigências decorrentes da relevância atribuída às relações sociedade-espaço no campo dos estudos urbanos e regionais. A disciplina está estruturada em dois eixos. No primeiro o foco será o recorte do objeto; na escolha dos conceitos e categorias; os movimentos analíticos implicados na problematização do objeto e destes em questões que orientem a metodologia de projetos de pesquisa. O segundo eixo será dedicado especificamente aos métodos de pesquisa, as opções por métodos qualitativos e/ou quantitativos e os desdobramentos dessas escolhas; a relação entre sujeito-objeto; os resultados esperados; tratamento de fontes e a organização documental.
Seminário de Pesquisa I
O Seminário de Pesquisa consiste em atividades programadas internas de estudos, de investigação e divulgação da produção científica do corpo discente e docente, envolvendo a temática específica da cada linha de pesquisa, as dissertações e os projetos de dissertação.
Seminário de Pesquisa II
O Seminário de Pesquisa consiste em atividades programadas internas de estudos, de investigação e divulgação da produção científica do corpo discente e docente, envolvendo a temática específica da cada linha de pesquisa, as dissertações e os projetos de dissertação.
Seminário de Dissertação I
Acompanhamento do processo de elaboração dos projetos de dissertação. Análise coletiva dos processos individuais de construção teórico-metodológica dos projetos de dissertação como preparação ao exame de Qualificação. Apresentação e discussão de cada etapa da produção científica: definição do problema e do objeto de investigação; estado da questão/categorias centrais de análise; reconhecimento do escopo teórico da pesquisa; procedimentos de pesquisa (operacionalização da pesquisa documental; pesquisa de campo; análise e tratamento do material coletado); identificação das ferramentas a serem utilizadas para fins da sistematização das informações, elaboração das representações gráfica, cartográfica ou imagética.
Seminário de Dissertação II
Acompanhamento do processo de elaboração dos projetos de dissertação. Análise coletiva dos processos individuais de construção teórico-metodológica dos projetos de dissertação como preparação ao exame de Qualificação. Apresentação e discussão de cada etapa da produção científica: definição do problema e do objeto de investigação; estado da questão/categorias centrais de análise; reconhecimento do escopo teórico da pesquisa; procedimentos de pesquisa (operacionalização da pesquisa documental; pesquisa de campo; análise e tratamento do material coletado); identificação das ferramentas a serem utilizadas para fins da sistematização das informações, elaboração das representações gráfica, cartográfica ou imagética.
*Estágio Docência
Possibilitar aos alunos (as) da pós-graduação o exercício da docência em nível superior por pelo menos um semestre, sob orientação de um docente. do programa ou por um (a) professor (a)- supervisor (a) do curso de graduação.
*Esta disciplina é obrigatória para os bolsistas e optativa para os demais.
Disciplinas Optativas
Formação Socioespacial Fluminense
As transformações socioespaciais do espaço fluminense no decorrer dos séculos XIX e XX. A organização socioespacial das diferentes regiões fluminenses. O papel do Estado na reestruturação produtiva e territorial e os novos padrões de organização socioespacial da região Norte/Noroeste Fluminense. Riqueza e Exclusão: processos, dinâmicas e implicações sociais, ambientais e territoriais decorrentes da reestruturação produtiva e territorial na região Norte/Noroeste Fluminense.
Metódos quantitativos
Planejamento de uma Pesquisa Quantitativa. Análise Exploratória de Dados. Inferência estatística e Amostragem. Conceito e classificação de modelos; Modelos de Regressão Simples. Análise de correlação linear de Pearson e não paramétrica de Spearman e de Kendall. Modelos de regressão linear múltipla. Uso da variável Dummy.
Pensamento Social Brasileiro Contemporâneo
O objetivo do curso é apresentar uma abordagem introdutória sobre as principais “interpretações do Brasil” que compõem o Pensamento Social Brasileiro. Procurar-se-á discutir estas “interpretações” articulando os seguintes eixos: i) Estado-Nação, Região e Fronteiras, serão debatidos os elementos constituintes do Estado Nacional, a invenção das regionalidades brasileiras e as noções de sertão e fronteira; ii) modernização e as relações público-privado entendidas como ordens sociais e princípios distintos que marcam a cultura política brasileira. Procurar-se-á estabelecer uma crítica às relações entre tradição e modernidade e mudança social presente e os problemas decorrentes do pensamento conservador; iii) movimentos sociais, cidadania e democracia – pretende trazer para o debate as reinterpretações sobre o papel dos movimentos sociais e as diferentes visões sobre cidadania e democracia.
Teoria do Desenvolvimento Econômico
Conceitos de desenvolvimento: desenvolvimento como liberdade, IDH e Agnus Madison. Desenvolvimento na visão dos neoclássicos, da CEPAL e desenvolvimento com desequilíbrio, na visão Hirschmann/Schumpeter. Modelos de desenvolvimento de Rostow-Lewis e Domar. Debate-se a concepção cepalina de desenvolvimento; a escola da dependência; o neoestruturalismo; o modelo latino-americano e o modelo asiático de desenvolvimento; a globalização econômica e seus efeitos sobre o desenvolvimento; debate atual.
Informalidade, Conflito e Cidadania
Apresentar o debate sobre a relação entre informalidade (economia, o trabalho ou setor e informal), ilegalidade e ordem social no Brasil urbano. O problema formulado inicialmente a partir da crítica ao dualismo econômico deu lugar a um amplo campo de pesquisa – econômico, sociológico e geográfico – que permitiu a compreensão mais aprofundada das causas da desigualdade no Brasil e na America Latina. Esse debate tornou-se mais complexo: incorporou a questão da regulação, os ilegalismos e a relação desses processos com a pobreza, o crime e criminalização. O curso busca atualizar o debate visando explorar a pluralidade de práticas, de conflitos sociais, de modalidades de tomadas de voz e de formação de arenas públicas em torno da “informalidade”, tomando como referência pesquisas empíricas e etnografias sobre o tema.
Sociedade Civil, Democracia e Esfera Pública
Estado e Sociedade Civil;Sociedade Civil, Sociedade Política e Mercado. A redescoberta da Sociedade civil nos anos 70. A sociedade civil no pensamento gramsciano como “aparelho privado de hegemonia” e na perspectiva habermasiana (esfera pública e mundo da vida) Sociedade civil, terceiro setor e associativismo. Os movimentos sociais e o processo de democratização. Os desafios à democratização da Esfera Pública, Democracia Representativa e Participativa, a experiência dos Conselhos de Políticas Públicas.
Estado, Agricultura e Desenvolvimento
Desenvolvimento capitalista da agricultura no campo brasileiro: situação e perspectivas. Estrutura agrária, relações de trabalho e as particularidades do progresso técnico. O processo de constituição dos complexos agroindustriais brasileiros. Financiamento e comercialização. Políticas públicas e agricultura. As transformações no emprego e no espaço rural, as atividades rurais não-agrícolas. Agricultura e meio ambiente: as experiências alternativas de agricultura familiar. A inserção da agricultura brasileira no comércio internacional: os cenários das desregulamentações e reestruturação do sistema agroalimentar. O debate sobre soberania alimentar e transgênicos.
Cidade, Campo e Dinâmicas regionais
O processo de urbanização e a relação cidade-campo. Campo e cidade no contexto da modernização e da industrialização. As cidades no contexto das economias regionais (agricultura familiar, assentamentos rurais e agronegócio). As dinâmicas regionais e os processos de urbanização e periurbanização. Políticas públicas de desenvolvimento regional (urbano e rural) e os modelos de cidades sustentáveis. Os circuitos espaciais de produção e as dinâmicas regionais e globais. Os movimentos sociais da cidade e do campo.
Trabalho e Políticas Sociais
A dimensão ontológica do trabalho e a polêmica em torno da crise da sociedade do trabalho. Trabalho e moralidade e a função das Poors- Laws na formação da moral do trabalho. Trabalho e alienação no capitalismo. A construção das classes e dos projetos sociopolíticos no século XIX. A sociedade salarial, o fordismo e o Welfare-State. As transformações macrossocietárias no capitalismo contemporâneo: a mundialização do capital, a reestruturação produtiva e a financeirização da economia, suas implicações no mundo do trabalho e na organização política das classes trabalhadoras em geral e do proletariado em particular. As particularidades dos países de capitalismo periférico e a nova divisão internacional do trabalho. Desemprego e precarização do trabalho. A hegemonia do Neoliberalismo e das políticas de ajuste fiscal e a reconfiguração das políticas sociais. As interfaces entre trabalho e gênero e trabalho e geração (trabalho infanto-juvenil e do idoso) no Brasil. A Assistência Social como Política de inclusão produtiva e de geração de trabalho e renda dos pobres. Empreendedorismo e Individualização da Pobreza.
Circulação, mobilidade e território
A importância da circulação e da mobilidade para o exercício da territorialidade nas escalas regional e urbana. As redes técnicas de comunicação e transporte e seu papel na regulação e organização do território. O papel da circulação na integração produtiva dos territórios regionais. O planejamento eficiente dos sistemas de transporte urbano como mecanismo de ordenação da distribuição espacial do uso e ocupação do solo urbano. A mobilidade urbana: conceitos básicos. O cerceamento da mobilidade como mecanismo de controle social. A promoção da mobilidade urbana como instrumento de cidadania. Políticas públicas de mobilidade urbana.
Movimentos Sociais e Conflitos Ambientais
Movimentos sociais, conflitos,cultura e política. A questão ambiental na nova agenda dos movimentos sociais e o ambientalismo. Os conflitos ambientais e as estratégias de luta pela (re)apropriação social da natureza. Racismo ambiental. Ecofeminismo. O socioambientalismo brasileiro: do desenvolvimento sustentável às sociedades sustentáveis. As militâncias por Justiça ambiental no Brasil. Os mapeamentos de conflitos ambientais e as cartografias sociais.
Observação: O mestrado é diurno e as disciplinas são oferecidas às terças-feiras, quintas-feiras e sextas-feiras.
Metodologias de Planejamento Participativo
Gênese da noção de planejamento. Relação entre Planejamento e Desenvolvimento. Relação entre Planejamento e Política Pública. Metodologias de Planejamento Participativo e as experiências concretas de no Brasil e América Latina. Metodologias de Planejamento Participativo e Gestão Associada e as experiências concretas na América Latina. Formação da rede de participação popular em políticas públicas na América Latina.
Tópicos Especiais
Apresentação pelo corpo docente ou por professores convidados de temas não contemplados pelas disciplinas da grade curricular, mas de interesse para a área de concentração.